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Conclusão de Bleach: Se fosse cancelado antes, teria sido melhor!

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Tite Kube, mangaká japonês que teve como inspiração artistas como Masami Kurumada, criador de Saint Seiya. Se fosse só por esta frase, seria fácil concluir que o Kube é um escritor e desenhista de qualidade duvidosa. Mas, não é bem assim. O referido Mangaká no final dos anos 90 - início dos anos 2000 - teve a grande ideia de criar uma história que falava sobre "almas boas" (Shinigames) que enfrentavam "almas malvadas" (Hollows). Algo que aparentemente tinha tudo para dar errado, o Tite Kube fez dar muito certo com um início bem interessante e com dezenas de personagens carismáticos para serem desenvolvidos.  
E, é isso. Todo talento do Kube se resumi à isto: Um bom começo de história e personagens carismáticos que precisam ser desenvolvidos.   


Quando o meu amigo Madruga Jackson me apresentou Bleach, admito que achei aquele conceito meio esquisito no início; os caras precisavam sair de seus corpos para lutarem... que escroto isso. Todavia, era um anime / mangá de porradaria. Todos nós sabemos que neste gênero a coerência, lei da ciência ou lei da física não se aplicam. Tendo personagens maneiros e lutas com "arames fu e voadeira de duas pernas", está valendo. E Bleach de fato entrega isso no seu encetamento, apesar de algumas horas de enrolação na sua origem, logo partimos para a porradaria na Soul Society ( A Soul Society americana lamenta por isso). É neste ótimo arco que somos apresentados aos Capitães do Goten 13. Todos estes personagens são excelentes figuras criadas pelo autor, mas também é aí que começam os problemas. Apesar de alguns devaneios, o arco da Soul Society / Aizen até que é concluído muito bem. Os pontos negativo são que: após isso, temos quase todos os capitães vivos, além dos vices, ajudantes e o núcleo terráqueo... logicamente o autor ia começar a escorregar nas suas próprias folhas de papel. Como se isso não fosse o bastante, começamos a perceber que toda a ideia do Kube se resumia aquilo. O autor nos diz - indiretamente - que aquele era para ser o final de Bleach.

Num mundo ideal, Tite Kube admitiria que não tinha mais ideias para continuar a história, e receberia os louros pelo excelente trabalho que fizera até aquele momento. Porém, para a "tristeza" dos fãs, as verdinhas começaram a encher o cofrinho, e o "aluno" do Mestre Kurumada achou que poderia colocar o chapéu muito mais do que os seus braços alcançavam. Como não poderia deixar de ser: "Foi ladeira a baixo!"


Sem hesitar por um segundo, Tite Kube nos entregou o vergonhoso e chatíssimo arco dos Fullbrings. Além daquilo não fazer o menor sentido, ainda era mais enrolado do que o tempo que o Fluffy passou na friendzone. Se pularmos toda esta saga não faz diferença nenhuma - talvez o episódio em que o protagonista recupera os poderes e só. E isso não é achismo deste que vos escreve. Fazendo uma pesquisa rápida, é fácil concluir que noventa por cento dos fãs do mangá simplesmente abandonaram a obra depois disso - principalmente no Japão.
Tentando recuperar o seu prestígio, que nessa altura já era quase zero até dentro da editora, Tite Kube lançou o arco dos Quincys. Antes não tivessem deixado.


Com a certeza de aquela seria a saga derradeira e com a promessa de que a maioria das pontas soltas seriam respondidas, o autor conseguiu dar uma pequena esperança para aqueles que ainda acreditam na obra. E, sem dúvida alguma, a frustração foi enorme. Tite Kube claramente ligou o botão do "foda se" e parecia que estava escrevendo a história com os pés. De uma errônea tentativa em voltar às origens do mangá ( com invasão a soul society), o autor simplesmente entra num looping de incoerências e devaneios, com direito a  falas que contradizem a si mesmo. Com uma intrínseca preguiça criativa, Kube cria um bando de quincys praticamente imortais, se colocando num labirinto onde não encontrava uma saída para resolver as lutas dos shinigames com os quincys nível SSJ3.
Com personagens deixados de lado sem explicação nenhuma e outros que estavam mais perdidos que criança numa bomboniere, Tite Kube chegou na conclusão do seu mangá. Repito e com ênfase: "Deveriam ter cancelado antes disso!"


Antes da conclusão da crítica, vamos tentar entender como o mangá chegou até o seu capítulo de conclusão. Como já vimos neste post, Bleach começou muito bem, um verdadeiro sucesso. Estava sempre no Top cinco da Shõnen Jump... e essa foi a sua maior vitória e maior derrota. Sendo sucesso de crítica e vendas, o mangá recebeu o aval para ter continuação, mas, depois da saga dos Fullbrings, as vendas despencaram consideravelmente. Depois de algumas pausas e de história ruins, o mangá passou a receber muitas críticas negativas e tudo se confirmou quando a obra entrou para o top dos cancelamentos. A Shõnen Jump todo mês pergunta aos leitores quais mangás devem ser cancelados. A lista é constituída de vinte números, sendo que o risco de cancelamento é do número maior para o menor: ou seja, o vigésimo com certeza será cancelado e assim sucessivamente. E, passado algum tempo, Bleach começou a se fixar entre o décimo sétimo e décimo nono lugar da lista. Não teve jeito, a Shõnen Jump teve que tomar uma atitude. Todavia, em respeito ao estrondoso sucesso do mangá, os diretores conversaram com o Kube e afirmaram que ele teria um tempo para desenvolver o último arco e dar um final digno para história. Mas, outras pausas aconteceram e Bleach chegou ao temido vigésimo lugar na lista de cancelamento. Não dava mais para esperar. Com o mangá em baixa e pagando um alto salário ao autor, a editora - de forma prática - cancelou o mangá. Exatamente, não foi oficialmente, mas na prática, a Shõnen Jump informou para o Kube que a última edição do mangá seria lançada numa data pré definida, independente de como estava a história. Sem alternativas, o Kube simplesmente inventou um final e entregou para os fãs.


Ok, o Kube teve um constrangimento - causado por ele mesmo - mas, não precisava pegar o final de Naruto e colocar em Bleach. Sério, é a mesma coisa. Todos felizes, com filhos e uma pontinha solta para quem sabe no futuro, até por pena mesmo, deixarem ele continuar o mangá contando a história das crianças. Nem vou falar sobre fatos como a Rukia virar a Capitã chefe do Goten treze ou o de esquecerem o Urahara e outros personagens importantes da história. Essa conclusão de Bleach é uma das maiores decepções do gênero. Bom para aqueles que perceberam que o Tite Kube não conseguiria nada melhor depois do arco da Soul Society, mas, para aqueles que acreditaram até o fim no mangá, foi um verdadeiro #DUROGOLPE! 

Até a próxima

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